terça-feira, 20 de maio de 2008

Organizador conta como ocorre o culto

Por Laura Buoro Cortizo

Em meio ao nosso trabalho de campo, conseguimos uma entrevista com o organizador do Santo Daime em campinas, mais precisamente em Barão Geraldo. O organizador Beto nos contou como funciona o ritual e todas as suas etapas, e ainda abriu um convite a todos que têm interesse de participar de um “trabalho”, é assim que é chamado o ritual daimista, lembrando que só deve participar aquele que se sentir preparado para ingressar na religião, e não ir apenas por curiosidade. Qualquer informação sobre aonde é realizado o culto e até mesmo o contato do organizador é só entrar em contato com a equipe.
Obs: Já foi realizada uma postagem à respeito do culto, porém a postangem foi feita por base de pesquisa e nos revela os principais pontos, já nesta que foi realizada a partir de entrevista, nós podemos encontrar pontos mais precisos. A entrevista se tratou do culto pois segundo o organizador é a única coisa que ele pode nos contar, para sabermos mais deveríamos ir até um "trabalho", mas vale recordar que não podemos ir apenas para assistir, temos que ir e participar inclusive tomando o chá.

O Culto
A liturgia daimista consiste em três tipos básicos de trabalho: concentração, festejos (também conhecidos como bailados) e feitio, e em todos se comunga do Santo Daime.Nas concentrações realiza-se um trabalho de auto-conhecimento e aprendizagem através das mirações, visões alcançadas através da fé de cada participante e da bebida sagrada.

Concentração
Cerimônia religiosa do Santo Daime, conhecida como o culto daimista por excelência, já que os festejos, como o próprio nome diz, são festas, celebrações.As concentrações costumam ser realizadas por convenção todos os dias 15 e 30 de cada mês nas igrejas daimistas; contudo, também por convenção ou conveniência de cada igreja, em alguns centros são realizadas em outros dias (finais de semana, por exemplo).São duas as liturgias da Concentração daimista, mas em ambas toma-se o Daime, fecha-se os olhos e permanece-se em silêncio entre aproximadamente uma e duas horas, canta-se um conjunto de hinos conhecido como "Hinos novos" ou "Cruzeirinho", rezam-se Pai-Nossos Ave-Marias e Salve-Rainhas e está encerrado o trabalho.

Festejos

Um dos tipos de trabalho que constituem a liturgia do Santo Daime. Neles ocorre o bailado, ao som de maracás e outros instrumentos.Algumas datas "festejadas" pelo Santo Daime são:• Dia de São José;• Dia de São João;• Dia de Todos os Santos;• Dia dos Pais;• Dia das Mães;• Dia de Nossa Senhora da Conceição;• Natal;• Dia de Reis;• Aniversário do Mestre Irineu;• Aniversário do Sr. Leôncio Gomes da Silva.

Feitio

O feitio é cerimônia ritual em que se produz a bebida enteógena utilizada no culto do Santo Daime. As duas plantas com que é preparado o santo daime são:• O banisteriopsis caapi, conhecido popularmente como jagube, mariri, entre outras denominações, e• A psicotria viridis, popularmente rainha ou chacrona.O jagube é batido com marrretas de madeira, e depois de as folhas do arbusto rainha haverem sido limpas, os dois são cozidos em água.Esse primeiro cozimento é retirado e colocado em outra panela com uma nova quantidade de jagube e rainha. Após esse segundo cozimento está pronto o daime.

Hinários

Doutrina cantada, o Santo Daime conta hoje com mais de 80 hinários, segundo a "hinarioteca" daimista. Os principais são "O Cruzeiro", do Mestre fundador da doutrina, e outros quatro hinários, conhecidos como "os quatro falecidos", "hinário dos finados" ou, ainda, "hinário dos mortos":• Vós Sois Baliza, de Germano Guilherme;• Seis de Janeiro, de João Pereira;• O Amor Divino, de Antônio Gomes;• O Mensageiro, de Maria Marques "Damião".

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Ministro da cultura defende ayhuasca como patrimônio cultural


O ministro da Cultura, Gilberto Gil, vai encaminhar ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) processo para transformar o uso do chá de ayahuasca, feito a partir do cipó de mariri e das folhas de chacrona e que tem substâncias psicoativas, em patrimônio da cultura brasileira.

"Espero que nós possamos celebrar em breve o registro do ayahuasca como patrimônio cultural da nação brasileira", disse o ministro em Rio Branco, capital do Acre, nesta quarta-feira (30). "Neste caso, específico, acrescenta-se o afeto em relação à outra dimensão importantísssima para a vida, que é a natureza", acrescentou.

Gil endossou um pedido assinado por representantes de três troncos fundadores das doutrinas ayahuasqueiras: Alto Santo, Barquinha e União do Vegetal. O chá mais famoso feito do cipó e das folhas é usado em rituais do Santo Daime, uma corrente descendente do Alto Santo.

Apesar das propriedades alucinógenas, o uso do chá é permitido no Brasil para "ritos religiosos". O uso causa, segundo estudos científicos, alucinações, hipertensão, taquicardia, náuseas, vômitos e diarréia. Ayahuasca é palavra indígena que tem duas traduções em português: "corda dos mortos" ou "vinho dos mortos". A proposta de reconhecer o chá tem apoio do governador do Acre, Binho Marques (PT), e da deputada Perpétua Almeira (PCdoB-AC). A União do Vegetal promove, em Brasília, o II Congresso Internacional do Hoasca, entre 9 e 11 de maio. O objetivo é debater os últimos estudos realizados com o chá. O ministro da Cultura foi convidado para participar.




(http://www.g1.globo.com/ - Diana Siquelero)

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Pesquisa de campo

Por Laura Buoro Cortizo

Nossa equipe entrou em contato com o organizadopr de uma celebração de Sainto Daime em Campinas, eles chamam de "trabalho", estávamos empolgados com o nosso trabalho de campo, porém ele nos explicou que apenas a visita ao trabalho não é possível, nós teríamos que tomar o chá. Mesmo sendo uma religião legalizada e o chá ser feito com ervas naturais, nós e o professor Álvaro decidimos que seria melhor não tomarmos o chá. O grupo ficou bem dividido com a proposta, alguns tiveram a curiosidade de ir tomar o chá e outros ficaram apreensivos. Como nosso trabalho de campo nos impôs uma barreira, decidimos ir para um outro lado, como a entrevista postada anteriormente.
Primeiro entramos em contato com uma pessoa que frequentou mas não seguiu a diante. Achamos interessante mostrar todos os lados dessa religião, a partir de vários pontos de vistas, e é assim, a partir desta entrevista que vamos partir para outras, como uma pessoa que segue a religião e também o organizador do Santo Daime em Campinas.
Como foi dito pela entrevistada, o preconceito existe sim, muitos não entendem como o Daime virou religião, e por um lado entendo que por ser um trabalho que devemos trabalhar longe do etnocentrismo, está erado da nossa parte não tomar o chá, afinal é o que faz parte da religião e nós teríamos que conhecer, mas, por um outro lado, também aprendemos com o estudo da religião, que o chá não pode simplesmente ser tomado, como seria no nosso caso por curiosidade. Existe toda uma preparação psicológica e espiritual para ser realizado esse trabalho, e nós não temos o direito de ir lá só por curiosidade tomar esse chá em meio a tantas pessoas que seguem essa religião e tem a fé.
Segundo a nossa entrevistada, a primeira vez que ela participou do trabalho foi completamente diferente da segunda, o que nos dá por base que a preparação é fundamental.
Desde o começo da nossa pesquisa descobrimos, pelo menos eu que nunca tinha ouvido falar de Santo Daime, que essa é uma religião séria, e ao contrário do que a maioria pensa, que o povo vai lá pra tomar o chá e ficar "louco", as pessoas seguidoras e que fazem o trabalho espiritual são pessoas que entendem o Daime como qualquer outra religião, o que realmente é. Muitas pessoas encontraram sua fé lá e a religião trouxe muita coisa boa!
Com a entrevista anterior e com as próximas que virão, nós pretendemos mostrar o Daime como uma religião como o Catolicismo por exemplo, e mostrar o lado em que você alcança um crescimento interior! Procuramos relativar a religião criada por Seu Irineu.